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Frutose e glicose: influência na performance esportiva

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A promoção da recuperação dos estoques de energia após o treino é essencial para a performance esportiva, cujo o principal objetivo é recuperar o glicogênio muscular em atletas. Nesse ponto, a oferta de polímeros de glicose é uma importante estratégia nutricional, haja vista a resposta rápida observada na glicemia e, consequentemente, na liberação de insulina. Em contrapartida, a frutose não é considerada uma excelente fonte de energia para o músculo, pois grande parte dos estudos evidenciam uma resposta menor na reposição do glicogênio muscular quando comparada com a glicose. Sobretudo, esses resultados descritos só se concretizam quando há oferta apenas de frutose ou glicose isoladamente, e não em uma refeição contendo outros macronutrientes. Além disso, o monitoramento do glicogênio, nessas mesmas pesquisas, foi observado no máximo até 8 horas após a intervenção, e não por 24 horas.

Com base nisso, um estudo duplo-cego, randomizado e crossover, comparou o efeito de refeições pós-exercício contendo a mesma quantidade de proteína, lipídios e carboidratos, porém com uma solução contendo apenas glicose como fonte de energia, e, em outra, somente frutose. A amostra foi composta por oito homens treinados (triatletas) e submetidos a um protocolo de depleção de glicogênio. Os sujeitos permaneceram em repouso por 24 horas e consumiram refeições que continham a mesma concentração de proteínas, lipídios e carboidratos, mudando-se apenas as fontes. O montante de energia (macros) ofertado aos participantes foi distribuído em 8 refeições. Assim, a avaliação seguiu até 24 horas após à ingestão dessas refeições. Nesse período, avaliou-se o lipídio intramuscular e o glicogênio. Na sequência, o estudo avaliou o metabolismo pós-prandial ao consumo dessas refeições. Como resultados, tanto o grupo que recebeu glicose como o que recebeu frutose apresentaram a mesma concentração de lipídeo intramuscular e glicogênio.

Embora o objetivo do estudo não fosse avaliar a performance, os pesquisadores verificaram que metade dos atletas que consumiram as refeições com frutose não conseguiu manter a intensidade do exercício proposta pela intervenção. Porém, não foram todos os sujeitos que não conseguiram finalizar, mas metade. Dessa forma, deixando claro a individualidade de cada atleta. Cabe também ressaltar que a forma consumida de frutose se deu em suplemento, em quantidade superior se comparada ao teor encontrado naturalmente nas frutas.  Assim, ao elaborar uma dieta para um atleta que treina uma vez ao dia, inúmeras são as refeições ricas em carboidratos, proteínas e lipídios que são ofertadas até o treino do dia seguinte. Nessas refeições usualmente não se oferta só frutose ou só glicose, oferta-se os dois! Apesar desse resultado, na prática, as frutas podem e devem fazer parte do cardápio sem qualquer comprometimento na performance.

 

REFERÊNCIAS

SA, C. et al. Respostas metabólicas à suplementação com frutose em exercício de força de membros inferiores. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v. 16, n. 3, p. 176-181, Jun. 2010.

ROSSET, R. et al. Postexercise repletion of muscle energy stores with fructose or glucose in mixed meals. Am J Clin Nutr., v. 105, n. 3, p. 609-617, Mar. 2017.

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