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Carboidratos: pré-treino x índice glicêmico x performance esportiva

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A busca por refeições de baixo índice glicêmico, antes dos treinos, vem crescendo como maneira de aumentar a performance nos exercícios físicos. Em 1991, um dos primeiros estudos realizados sobre esse tema mostrou que uma refeição de baixo índice glicêmico levou a melhores resultados, quando consumida 60 minutos antes do exercício. Este possível benefício pode ser atribuído à redução da glicemia, insulina pós-prandial e, consequentemente, à manutenção da glicose e de ácidos graxos durante o exercício.

A partir disto, compararam-se o índice glicêmico em diversos protocolos de treinamento, em que alguns estudos chegaram a demonstrar, em contrapartida, que refeições com alto índice glicêmico assinalavam superioridade em termos de benefícios. Em função dessa inconsistência de resultados, o Colégio Americano de Medicina Esportiva e o Comitê Olímpico Internacional não fazem nenhum tipo de recomendação quanto ao índice glicêmico das refeições antes do exercício.

Em função dessa variabilidade de resultados, uma meta-análise, feita em 2016, teve como objetivo coletar e analisar os dados de inúmeras publicações que fizeram essa comparação. No total, 15 estudos elegíveis de 757 artigos foram inclusos. Como critério de inclusão, os pesquisadores levaram em consideração: sujeitos jovens e saudáveis, refeições consumidas em até 4 horas antes do exercício, refeições de baixo índice glicêmico – LGI (<55) e alto índice glicêmico – HGI (>70), similaridade na quantidade de energia ingerida e na distribuição de macronutrientes e estudos randomizados. Após a análise desses estudos, os pesquisadores concluíram que não houve diferença significativa na performance ao ofertar refeições de HGI ou LGI antes do exercício. Entretanto, quando os atletas foram submetidos a protocolos que levam o sujeito até a exaustão, as refeições de baixo índice glicêmico promoveram aumento da performance, comparando-se às refeições de alto índice glicêmico.

Os pesquisadores ressaltaram alguns fatores que podem enfraquecer a conclusão da meta-análise, como a diferença de gênero e o nível de condicionamento dos participantes. Deve-se salientar, também, que, apesar de usarem o índice glicêmico como parâmetro, outro fator que deveria ter sido avaliado, para estabelecer um parâmetro mais fidedigno, seria a carga glicêmica. É preciso, portanto, que se realizem novos estudos acerca dessa influência sobre o rendimento físico, avaliando-se completamente todas as variáveis que podem promover influência quanto a esse objetivo.

 

REFERÊNCIAS

HEUNG-SANG WONG, S. et al. Effect of pre-exercise carbohydrate diets with high vs low glycemic index on exercise performance: a meta-analysis. Nutr. Rev., v. 75, n. 5, p. 327-338, apr. 2017.

SCHLESINGER, S. et al. Carbohydrates, glycemic index, glycemic load, and breast cancer risk: a systematic review and dose–response meta-analysis of prospective studies. Nutri Rev., v. 23, n. 4, p. 521-535, 2012.

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