Os exames laboratoriais são parte essencial para a prática clínica e tomada de decisões de profissionais da saúde. A regulamentação da solicitação dos exames laboratoriais necessários ao acompanhamento dietoterápico pelo nutricionista está estabelecida na Lei Federal nº 8.234/1991, art. 4º, inciso VIII. Além disso, também está prevista nas Resoluções do Conselho Federal de Nutricionistas nº 306/03, nº 380/05 e nº 417/08.
A realização de exames laboratoriais em atletas e praticantes de atividade física é importante para evitar lesões relacionadas ao treinamento, prevenir estado de imunossupressão e verificar os efeitos positivos da atividade física regular.
Além disso, os exames laboratoriais permitem diagnosticar patologias que podem prejudicar o desempenho de esportistas de diferentes modalidades. Entretanto, para a correta interpretação destes exames é necessário levar em consideração o efeito que o exercício ocasiona nos diferentes parâmetros.
Nesse sentido, o monitoramento de deficiências nutricionais pode ajudar a identificar se há uma ingestão correta de macro e micronutrientes por parte do esportista, especialmente à medida que o lume de treinamento e as demandas nutricionais se intensificam.
Exames laboratoriais para avaliar o esportista
Para diagnosticar um desequilíbrio entre a demanda do exercício e a capacidade de recuperação dos atletas são os exames que podem ser solicitados são: creatina quinase (CK), cortisol, lactato desidrogenase (LDH), ureia e creatinina.
Outro biomarcador no plasma sanguíneo como o aspartato aminotransferase (AST), pode estar relacionado ao fato de um estado catabólico (níveis elevados cortisol e baixos de testosterona) e a um aumento nas reações inflamatórias (níveis elevados de PCR) e também deve ser avaliado.
Deficiências nutricionais específicas são comuns em esportistas, particularmente para vitamina D e ferro, para os quais estudos relataram taxas de deficiência de 73% e 22-31% (em mulheres). Outras deficiências nutricionais como de folato, vitamina B12 ou magnésio podem resultar em redução do desempenho do trabalho de resistência e da função muscular.
O magnésio é um importante cofator de enzimas envolvidas na rota glicolítica. Sua deficiência está associada à fraqueza, cãibras, lesão estrutural muscular, deficiência do sistema imune, overtraining e afeta fortemente o desempenho muscular, como a força de aderência e potência muscular e aumenta a suscetibilidade a infecções.
A ferritina proteína mais importante de reserva de ferro deve ser avaliada. Assim como a CPK (creatinofosfoquinase) que quando elevada, pode ser um marcador de infarto do miocárdio, miocardite, hipertermia e distrofia muscular. O IGF-1 é um exame útil no diagnóstico complementar das deficiências de hormônio de crescimento (GH).
Uma concentração aumentada de Na-K-ATPase em membranas celulares pode contribuir com menores níveis de sódio e potássio. Esses parâmetros têm maior importância quando o exercício físico é realizado em condições de calor e umidade extremas e com duração superior a duas horas, as quais poderão conduzir a desidratação e acarretar em quadros de hipernatremia e hipocalemia.
Por isso, a solicitação e interpretação correta de parâmetros bioquímicos podem influenciar na performance do esportista.
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REFERÊNCIAS
Wallach: interpretação de exames laboratoriais / Mary A. Williamson e L. Michael Snyder; tradução Maria de Fátima Azevedo, Patricia Lydie Voeux. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
Conselho Regional de Nutricionistas 3ª região. Parecer Técnico CRN-3 Nº 03/2014 Solicitação de Exames laboratoriais pelo nutricionista. Disponível em: http://www.crn3.org.br/